NÃO SE PÕE VINHO NOVO EM ODRE VELHO
Os
discípulos de João queriam saber de Cristo porque seus discípulos não
praticavam o tipo de jejum próprio dos tempos da primeira aliança, do modo como
eles próprios e os Fariseus os faziam. Observe como que já naquele tempo despontavam os primeiros conflitos quanto a
práticas referentes a Lei e a nova compreensão da verdade, á luz da pessoa de
Jesus Cristo.
Observe a pergunta: “... por que jejuamos nós, e os
fariseus(muitas vezes), e teus discípulos não jejuam?” – Isso não nos parece
familiar? Considere por um pouco estas questões: porque, todos os cristão do
tempo presente tem como elo, que os tornam teoricamente um, é a Bíblia Sagrada,
mas,estão segregados em muitos grupos divididos?Porque uns guardam o sábado e
outros não fazem do mesmo modo? Por que uns obrigam os fiéis á prática do
Dízimo da lei, enquanto outros os ensinam a generosidade e a gratidão? Por que
uns vivem tão incutidos com práticas de festas judaicas, e outros se preocupam
com a realidade de Cristo vivida na experiência da igreja? Por que muitos
lançam mão de texto do Antigo Testamento, os quais parecem prometer riquezas e
prosperidades terrenas, enquanto outros ensinam o saber viver contente em toda
e qualquer situação? Para todas estas perguntas, e ainda tantas outras, Jesus
tem uma resposta:
“Nem se Põe vinho novo em odre velhos;
Do contrário, rompem-se os
Odres, derrama-se
O vinho, e os Odres se
perdem. Mas põe-se vinho
Novo em Odres novos, e ambos
se conservam” (Mt.9:17)
Com estas metáforas, os conceitos de velho e novo são evocados pelo
Senhor. As palavras de Jeremias são aqui relembradas, ainda que figuradamente,
a resposta de uma NOVA ALIANÇA de que Deus faria com o Seu povo, não conforme a
ANTIGA, a que foi feita com Israel, quando tirado da terra do Egito
(Jr.31:31-32)
Deus havia feito um pacto com
Israel, mediante o qual Se relacionava com o Seu povo. Esta aliança, á
semelhança de uma veste útil, mas que se tornara velha, isto é, obsoleta
(Hb.8:13), fora usada para dar uma roupagem simbólica ao Cristo prometido,
conforme está escrito que “ a Lai tem sombras de bens vindouros, não a imagem
real das coisas” (Hb.10:1). Semelhantemente, o pacto do antigo Testamento feito
com Moisés e o seu povo referia-se ao Messias vindouro, o qual era ali
representado parabolicamente em todas as sombras e figuras da Lei, como também
está escrito: “Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por
causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados. Estas são sombras das
coisas futuras; a realidade, porém, encontra-se em Cristo” (Col.2:16-17 – ECA).
Assim, tal qual um Odre velho, a Lei só podia conter a sombra de Cristo,
não,porém, a Sua realidade.
O pano novo e o venho novo, por sua
vez, representam a verdade de Deus, de acordo com a Sua revelação na NOVA
ALIANÇA, o novo testamento. Cristo, o verbo de Deus, é a Palavra que define,
explica e revela o Deus invisível (Jo.1:18). A Palavra de Deus na lei e nos
profetas encontra em Jesus Cristo a interpretação final.
A pessoa de Cristo, portanto, tanto
quanto Suas palavras e Suas obras, são a vontade de Deus, em realidade para o
NOVO tempo instaurado na cruz do Calvário. De sorte que, a conciliação de
ideias abstratas do antigo testamento com a realidade concreta de Cristo, no
novo testamento, é impossível. Qualquer tentativa nesse sentido acarretará
profundos prejuízos.
Como
afirmou o próprio Jesus, aqueles que levarem para dentro do odre antigo da lei
a pessoa de Cristo e sua doutrina, com o fim de conciliá-los, odre rompido e o vinho derramado; Istoé,
romperão com a configuração transitórias (2Co 3:7-11), e perderão o gozo da
plenitude de Deus, o bom vinho (Jo.2:10), a saber: Jesus Cristo.
Certamente esta concepção intrigou
os discípulos de João, do mesmo modo como, nos dias de hoje, incomoda muitos
cristãos. Todavia a respeito da surpresa ou da resistência de alguns, Jesus
estabeleceu um divisor de águas entre conceitos doutrinários velhos e novos.
Essa ruptura das coisas simbólicas da Lei e dos profetas e a instauração da
realidade anunciadas por elas mos legaram o todo da Bíblia Sagrada, conhecido
nos dias de hoje por “antigo e novo testamento”
PRÓXIMA POSTAGEM:
NÃO
PENSEIS QUE VIM REVOGAR A LEI E OS PROFETAS.
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