segunda-feira, 25 de agosto de 2014



1º - “ Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar...” – Os escribas e fariseus pensaram, diante da mensagem de Cristo no sermão da montanha (Mt.5-7), que Jesus estava a desfazer da Escritura hebraica, com o intuito de inaugurar uma nova doutrina, diferente da que tinham recebido de Moisés (a Lei) e dos Profetas. Diante de tal pensamento, o Senhor declarou enfaticamente: “eu não vim para revogar a Lei ou os Profetas” . O Cristo do Novo Testamento não é incompatível ou inconciliável ao Cristo prometido por Deus nas páginas do Antigo Testamento.
2º - “ Não vim para revogar, vim para cumprir” – Esta foi a real intenção e objetivo de sua vinda ao mundo: trazer o cumprimento de tudo o que a Lei e os Profetas disseram a Seu respeito. O verbo cumprir, neste contexto, não tem o sentido de obedecer, como pensam alguns. Antes, diz da fidelidade de Deus em trazer a realização e a concretização de tudo o que havia prometido a respeito de Seu Filho, por meio de sombras e profecias. A Bíblia de Jerusalém traz esse sentido de maneira muito clara: “não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim para revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento” (Mt.5:17 – BJ). Tudo o que a respeito do Messias havia sido predito nas páginas do antigo testamento deveria ser cumprido. E, mesmo que o céu e a terra passassem, isto é, fossem desfeitos, nenhum i ou til jamais poderia ser retirado, até que tudo fosse cumprido. Por essa razão, para cada profecia cumprida e para cada figura que se encontrou com a sua realidade encontramos a expressão “ para se cumprir o que está escrito”, conforme se verifica em Mt.12:17; 21:4; Lc.21:7; 21:22; Jo 12:38; 18:9; 19:24, 28 e 36, dentre tantos outros textos presentes nos evangelhos. O próprio Jesus, inclusive, interpretou suas próprias palavras, ditas em Mateus 5:17, dizendo: “... São estas as palavras que eu vos falei, quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos salmos” – (Lc 24-44 – BJ).

3º - “ A Lei e os Profetas vigoraram até João” – Ora, vede. Desde que o Senhor Jesus veio cumprir tudo o que fora prefigurado pela Lei e profetizado pelos profetas, o sistema de sombras e profecias deixou de vigorar como tal, e deu lugar ao seu cumprimento: o tipo retirou-se para dar lugar ao antítipo, a figura a realidade, a sombra a concretude. Dois sistemas não poderiam coexistir, pois assim está escrito:  “... Remove o primeiro para estabelecer o segundo” ( Hb.10:9)
4º - “ Desde esse tempo, vem sendo anunciado o reino de Deus” –
        Com a inauguração da era da realidade, um novo tempo instaurou-se:   o reino dos céus. Um tempo em que o governo do céus se manifestou em carne e andou entre os homens. Desde então, tudo o que outrora subjazia nas formas simbólicas do antigo testamento, encontrou  n´Ele a concretização: Ele é o Cordeiro de Deus (Jo.1:29), Ele é o templo (Jo.2:21), Ele é o descanso (Mt.11:28-30), Ele é a justiça, a redenção e a justificação (1Co 1:30) Jesus é o pão vivo [maná] (Jo 6:35), a páscoa (1Co 5:7); a porta (Jo 10:9), o caminho (Jo 14:6), a ressurreição e a vida (Jo 11:25), enfim, Ele é o EU SOU (Jo 8:24 e 58 cp. Ex 3:14). Todas as coisas positivas preditas na antiga aliança convergem para Ele e encontram n´Ele a substância. Jesus é o reino dos céus na terra. Assim, desde que a plenitude da divindade se manifestou aos homens, já não mais precisamos servir a Deus por meio das sombras obscuras e imperfeita da antiga aliança (Hb 7:11 – 12 e 19). Pelo contrário, devemos ir a Cristo para termos vida (Jo 5:39), a fim de que Ele seja TUDO em todos ( Cl 3:11)

            Portanto a razão pelo qual os cristãos do tempo presente estão divididos por práticas e doutrinas tão diferentes, encontra sua explicação, em grande medida, na falta de compreensão do que Jesus ensinou: “ não se põe vinho novo em odres velhos”.
 Conceitos neotestamentários são, não raras vezes, misturados com ensinamentos do antigo testamento [não mais aplicáveis aos nossos dias],  de sorte que não se estabelecem critérios de interpretação sustentáveis.
Essa mistura sem critérios forma uma verdadeira  torre de babel espiritual: cada grupo denominacional falando uma língua diferente, de modo que não se entendem e, consequentemente, já não podem              reunir-se juntos. Assim, cada qual vai para junto dos seus iguais, configurando um cristianismo fragmentado e enfraquecido.
A solução divina para nós, no entanto, encontra-se no que disse o Senhor: Mas põem-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam” ( Mt. 9:17). Permitam-se, pois, que o Espírito Santo vos faça odres novos, para que possais conter e experimentar o vinho novo, Jesus Cristo, a Plenitude de Deus (Cl.2:9). E, então com mentes renovadas, completamente conformada a verdade divina no novo testamento, , passamos não somente a conservar o mistério da fé [sã doutrina] (1Tm3:9), impedido-o de se perder (1Tm.4:7), mas conservemos as nossas próprias almas, para que encontremos, na alma de Deus, o seu eterno prazer (Hb.10:38-39). Deixemo-nos, pois, levar para o que é PERFEITO.


Na próxima mensagem iremos  ENTENDER A NECESSIDADE DE PROGREDIRMOS PARA O QUE É PERFEITO.

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